Na coluna Nossa Bússola, do jornalista Ricardo Neves, publicada na Revista Época de 28/05/2007, topei com esse título ai, As manchetes do futuro, que achei interessante comentar aqui. O futuro, mesmo imediato, já é um enorme desafio prever. Transcrevo aqui as manchetes relacionadas na reportagem, com um ou outro comentário meu entre parênteses no final de cada texto. O agrupamento dos tópicos seguiu apenas o critério que costumo utilizar em todas as postagens, de não fazer parágrafos longos para não dificultar a leitura:
1-Noventa e sete por cento dos domicílios estão conectados com a grande rede global de comunicação digital e praticamente todos os brasileiros têm acesso a essa rede; 2-Os jornais diários em papel acabaram e o mercado de livros vem paradoxalmente crescendo com extrema vitalidade (tem coisa melhor que ler um livro em papel, que serve para ser usado em qualquer lugar a qualquer hora?); 3-A expectativa de vida ao nascer nos países escandinavos já alcançou os 97 anos para as mulheres e 95 para os homens; 4-A eutanásia, como um direito dos indivíduos, foi finalmente reconhecida pela Suprema Corte dos Estados Unidos.
5-Filmes e músicas não são mais comprados nem alugados em loja (o modelo de negócios de aluguel de serviços e equipamentos já existe nesse ano de 2007, e a previsão é de que em breve deve se expandir para aluguel de equipamentos domésticos, atingindo televisão, geladeira, computador, etc.); 6-A Síndrome da Sobrecarga Cognitiva (SSCC) é uma das principais razões de pedidos de aposentadoria por questões de saúde (síndrome dos tempos modernos, corresponde à sobrecarga de informações atualizadas em espaço de tempo muito curto, à necessidade de guardar links e caminhos de acesso à informação para se manter atualizado e à urgência que o mundo conectado tem em acessar sítios na web e canais de noticias e informação na TV para ficar sabendo de detalhes minúsculos das manchetes, que normalmente não afetam em nada na visão mais ampla do problema. Referência sobre o tema, aqui).
7-A frota mundial de carros atingiu a marca dos 2 bilhões de veículos. Em 2000, eram 700 milhões (infelizmente, essa situação é resultado do nosso individualismo e da falta de visão sistêmica dos administradores públicos em todos os níveis, que apenas conseguiram agravar o problema ao tentar resolver seus sintomas e não atacar o problema fundamental. Ao invés de se investir em transporte público de boa qualidade, tirando carros particulares das ruas e favorecendo os sem-carro que são a esmagadora maioria em qualquer lugar do mundo, fez-se o contrário: investiu-se em combustíveis alternativos como por exemplo o álcool carburante, para permitir que todos continuassem felizes para sempre andando cada um no seu próprio carro); 8-Para se livrar dos congestionamentos, cada vez mais pessoas optam por morar nas chamadas “centralidades urbanas” (essa é uma decisão brilhante para quem mora em grandes centros, mas que tem custo alto, pois geralmente as centralidades urbanas têm custo muito alto por metro quadrado. Essa solução foi amplamente comentada no livro O ócio criativo, do autor italiano Domenico de Masi); 9-Os riscos de conflagração militar se tornaram pontuais. Com isso, os exércitos sofreram um processo radical de reengenharia.
10-O hidrogênio vai se tornando a verdadeira fonte de energia da era digital, da mesma forma que o minério foi a base da Revolução Industrial e depois o petróleo no caso da sociedade pós-industrial (em Londres, nesse ano de 2007, já existem ônibus urbanos movidos a hidrogênio circulando, e os carros produzidos pela empresa Microcab começam a ser comercializados, com autonomia de 160km e “poluindo” o ambiente com água, precisa melhor?); 11-O Brasil e todos os paises das Américas assinaram a formalização da União das Américas (UA), envolvendo 38 paises da Patagônia ao Alasca (parece um sonho distante, pois isso envolveria os EUA e Canadá, que hoje não precisam do resto do mundo para nada. Mas esse cenário tende a mudar e muito rapidamente, caminhamos para um mundo onde a colaboração e cooperatividade vão ser obrigatórias, por questões de sobrevivência); 12-A profissão de médico já não atrai mais a juventude e vários cursos estão sendo fechados. Salários baixos e poucos empregos são as razões. Mesmo três anos após a formatura, apenas um de cada dois formandos da área médica encontra um emprego com salário comparável ao de um motorista de ônibus; 13-A Assembléia-Geral das Nações Unidas aprovou hoje um fundo especial para a reengenharia governamental (esse fundo seria usado para implantar a tão falada governança nos governos federais de todos os países, eliminando problemas, implantando transparência administrativa e financeira, evitando e tornando mais fácil identificar os famosos ralos de desvio de dinheiro e, principalmente, acabando de vez com a questão do suborno na área pública, que é um problema mundial existente em qualquer pais do globo, não sendo privilégio dos países menos desenvolvidos).
Fonte: http://zeluisbraga.wordpress.com/
sábado, 28 de julho de 2007
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