terça-feira, 17 de julho de 2007

A leitura como um ato político

[O seguinte texto foi elaborado a título de conclusão da apresentação do grupo seis (Caio, Carlos, Caroline Veloso, Eduardo, Francisco, Keity, Nathália, Samir e Tarciso), no seminário de M.T.E.P.B., dia sete de junho de 2007. O trabalho, cujo tema era “Diretrizes para a leitura, análise e interpretação de texto”, foi baseado na obra de Antonio Joaquim Severino, Metodologia do Trabalho Científico, e seu conteúdo é de total responsabilidade de seus idealizadores].

Os pontos que, de forma bem clara e didática, foram aqui abordados não visam somente ditar aos estudantes diretrizes básicas para o desenvolvimento de uma postura lógica na compreensão de textos científicos e filosóficos, mas também dar a eles um instrumento eficaz para compreender sua própria realidade.

A leitura não se resume só à análise e interpretação de textos. Ler significa desvendar os sistemas simbólicos do mundo, e por isso é essencial na elucidação dos mistérios dos céus e da Terra, na compreensão da vida e no entendimento da origem e evolução das sociedades.

A leitura pela simples leitura é uma leitura sem sentido, vazia de significado. A leitura só é profícua quando nos auxilia no entendimento de nossa própria condição humana.

A verdadeira leitura é instigante, emancipadora e libertadora (Freire, 1982); e como tal um ato político.

Na sociedade da informação, a informação é poder. Com a intensa ampliação dos meios de comunicação e a ininterrupta produção de presente “os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem nenhuma relação orgânica com o presente publico de sua época” (Hobsbawn, 1995) e somente um ente crítico e reflexivo pode avaliar o passado, no qual estamos intrinsecamente ligados, e tracar novos rumos para o futuro.

Para que façamos uma analise crítica do que foi lido, não basta somente apreender a mensagem intencionalmente transmitida pelo autor (Luckesi et. al., 2005). Devemos também julgar, pôr a prova, contestar o que estamos lendo. Avaliar sua validade seu valor; seu conteúdo e sua forma; seus limites; suas aplicações, explicações e implicações; e, finalmente, seu significado social.

A leitura só é leitura quando analisa e interpreta a realidade. E a comunicação só é comunicação quando transmite e transforma o mundo.

Texto enviado por Francisco.

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