Atualmente os noticiários nacionais só falam do Pan e das seis medalhas douradas no Tiago Pereira. Parece até que não há mais o que noticiar.
Desculpem-me. É que eu esqueci de uma coisa: os deputados e senadores estão de recesso. Talvez tenham levado consigo para suas férias nas Ilhas Caymam os traficantes cariocas e todos os males que a caixa de Pandora liberou no mundo (lembra do mito grego?). Melhor, eles trancaram todas as mazelas da nação na dita caixa e enfiaram-na sabe-se lá onde. Pelo menos alguma coisa boa teriam que fazer para justificar o mandato.
Que bom que pro bem da Rede Globo e demais emissoras do país o vôo 3054 da TAM caiu matando 188 pessoas e o ACM em um ato de suprema solidariedade com os meios de comunicação do país morreu. Pelo menos assim podemos ver a realidade de volta aos telejornais do Brasil. Não que o Pan não seja real. Ele é e muito, mas, por favor, há coisas importantes para a nação que estavam sendo deixadas de lado.
Não sou contra o esporte e suas manifestações. Que isso fique bem claro! Mas acho que não se pode achar que o país é dourado só por que temos um grande evento acontecendo aqui. Minha crítica é contra a mídia e seus tendenciosismos.
Aliás, que fique bem claro que são poucas as vantagens de receber um Pan. A herança mais valiosa do Pan do Rio é a reforma de hospitais, do autódromo de Jacarepaguá e o novo estádio Olímpico. Heranças essas que só beneficiarão o Rio de Janeiro. E benefícios esse que são dever do governo independentemente de haver ou não um evento da magnitude dos jogos Pan-americanos.
Há também o fato de o Pan não ser essa oitava maravilha do mundo como parece. Muitos atletas nacionais para participar do evento tiveram que arcar com os custos da competição por conta própria. Saber por quê? Adivinha! A verba que seria destinada a eles foi cortada pelo governo federal.
Para Gilmar Mascarenhas, especialista em geografia do esporte da UERJ, o Pan virou “uma grande oportunidade de negócios com farto subsídio público” para empresas, em detrimento da cidade. O professor da Escola de Sociologia e Política de Paulo, André Viana, disse que “nunca se investiu tanto num Pan quanto o do Rio” e “que o retorno será positivo em forma de impostos” (Superinteressante, ed.240, junho/2007).
Percebemos, portanto, que a opinião não é consensual, mas certamente os retornos não serão tão grandes quanto os investimentos realizados. Ano que vem tem Olimpíadas em Pequim e quem sabe a caixa de Pandora volte e leve consigo nossas mazelas.
Enviado por Jock Dean
quinta-feira, 26 de julho de 2007
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